quinta-feira, 28 de julho de 2011
Lição 5: O Reino de Deus através da Igreja
31 de Julho de 2011
TEXTO ÁUREO
“Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.5).LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 17.20,21; Mateus 18.1-5; Marcos 10.42-45.
Lucas 17
20 - E, interrogado pelos
fariseus sobre quando havia de vir o Reino de Deus, respondeu-lhes e
disse: O Reino de Deus não vem com aparência exterior.
21 - Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque eis que o Reino de Deus está entre vós.
Mateus 18
1 - Naquela mesma hora, chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no Reino dos céus?
2 - E Jesus, chamando uma criança, a pôs no meio deles
3 - e disse: Em verdade vos
digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de
modo algum entrareis no Reino dos céus.
4 - Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus.
5 - E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta a mim me recebe.
Marcos 10
42 - Mas Jesus, chamando-os a
si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes delas
se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas;
43 - mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal.
44 - E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos.
45 - Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.
Introdução
Mediante a graça divina, tornamo-nos parte do Corpo
de Cristo, que é a sua Igreja (1 Co 12.27). E como seus membros, temos
por missão viver e divulgar, zelosa e amorosamente, os valores do Reino
de Deus neste mundo. Que jamais nos esqueçamos que o Reino de Deus é
justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14.17).
Se não tivermos isso em mente, fracassaremos. Mas se
levarmos avante a tarefa que nos confiou o Senhor Jesus, haveremos de
expandir o Reino de Deus até aos confins da terra, conforme nos requer o
Filho de Deus. Esta é a essência da Grande Comissão que dele recebemos.
I. O REINO DE DEUS E A IGREJA
1. Igreja, representante do Reino. Como já
vimos, Deus é o criador dos céus e da terra (Gn 1.1). Toda a criação
está sob o seu governo. Seu domínio, soberania e autoridade jamais terão
fim (1 Cr 29.11; Jó 38.1-11; Dn 4.3). Foi Ele quem constituiu a nação
de Israel (Lv 26.12), para representá-Lo diante dos outros povos da
Terra. No tempo presente, comissionou a Igreja de Jesus Cristo para que o
representasse neste mundo (1 Pe 2.9).
2. A Igreja é comissionada por Cristo. Em seu
ministério terreno, Jesus organizou e preparou um grupo de pessoas para
que saísse e proclamasse a mensagem do Reino de Deus. De acordo com o
Evangelho de Mateus, o grupo veio a formar o núcleo da ekklēsia — Igreja (16.18; 18.17).
Fundada no Dia de Pentecostes, a Igreja cresceu (At
2.41), multiplicou-se (At 2.47) e continua a chamar pessoas, oriundas de
todos os lugares e classes sociais, sejam homens, sejam mulheres ou
crianças, para fazerem parte do Reino de Deus.
3. A Igreja na sociedade. Muitos menosprezam a
Jesus Cristo, reduzindo-o a um mero fundador de religião. Por isso,
cabe a Igreja apresentá-Lo como o único Salvador do mundo. Ele é
verdadeiro Deus e verdadeiro homem (1 Co 3.11; 1 Tm 3.15; Cl 1.13-20;
2.9). A Igreja de Cristo é a expressão visível do Reino de Deus (Mt 3.2;
Lc 10.9). Você tem consciência de quem Jesus é, fez e representa?
II. O REINO DE DEUS PRESENTE NA IGREJA
1. Na pregação cristocêntrica. Uma das
principais características da Igreja de Deus é a pregação
cristocêntrica. Pedro, no Dia de Pentecostes, proclamou com ousadia o
Cristo crucificado (At 2.36). Já o apóstolo Paulo declara com firmeza
ser este o assunto principal de suas pregações: “Porque nada me propus
saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Co 2.2). A
postura coerente e bíblica dos primeiros cristãos fez com que a Igreja
experimentasse um crescimento quantitativo e qualitativo no poder do
Espírito Santo (At 2.41,47). Cristo Jesus não deve jamais ser
substituído por nenhum outro assunto em nossos cultos e pregações. Ele é
o fundamento de todas as coisas. Por isso, devemos proclamá-lo com
absoluta fidelidade, a fim de que as Boas Novas cheguem a toda a
humanidade.
2. Na Comunhão. A palavra comunhão tem um
sentido bem amplo, podendo indicar participação, comunicação, auxílio,
contribuição, sociedade, intimidade e cooperação.
A comunhão entre os irmãos era a marca registrada da
Igreja Primitiva, pois o seu comportamento estava alicerçado sobre os
valores do Reino de Deus (At 2.42-44). Os que ainda não são cidadãos do
Reino de Deus precisam ver e sentir o amor de Cristo mediante a nossa
comunhão uns com os outros (Jo 13.35).
3. No Serviço. A Igreja de Cristo é um
organismo vivo e sua função não se limita à proclamação do Evangelho.
Ela serve ao Pai, mas também ao próximo (Mc 12.29-31). O serviço da
Igreja consiste em ajudar, suprir as necessidades dos filhos e filhas de
Deus. A igreja local, portanto, deve socorrer os necessitados, as
viúvas e os desamparados. Suas obras sociais confirmam e legitimam a sua
pregação. A prática do serviço através do “Corpo de Cristo” é um
mandamento do Senhor: “Ama o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.31). A
proclamação, a comunhão e o serviço farão da Igreja uma autêntica
expressão do Reino de Deus (Tg 2.14-26).
III. QUEM É O MAIOR NO REINO DE DEUS
1. O “maior” em humildade. Jesus escolheu
homens falíveis para serem seus discípulos. Estes se defrontaram, tal
como acontece ainda hoje, com o orgulho e a ambição, como se vê na
passagem de Marcos 9.33-37. Percebendo neles claramente tais males,
Jesus tomou em seus braços uma criança, a fim de ensiná-los a respeito
da humildade, simplicidade e receptividade (Mt 18.2,4).
Como servos de Deus, devemos ser os “maiores” em
humildade, amor ao próximo, sabedoria, domínio próprio, fé, etc. Jesus
deixou bem claro que a verdadeira grandeza não consiste nos bens
materiais, na fama ou no poder. A verdadeira grandeza está num coração
quebrantado, contrito e puro diante do Senhor (Sl 34.18; 51.17).
2. O maior deve ser como uma criança. Jesus
usou o exemplo de uma criança para demonstrar as características que os
súditos do seu Reino precisam ter. Os seguidores de Cristo carecem ser
identificados como pessoas humildes e dispostas a servirem a Deus e ao
próximo (Lc 22.25,26). Por que Jesus utilizou uma criança como exemplo?
Porque as crianças não estão preocupadas com cargos ou posições. Elas
são humildes, sinceras e manifestam a pureza de Cristo (Mt 19.13-15).
Sigamos o exemplo dos pequeninos!
3. O maior deve ser servo de todos. O maior
no Reino de Deus é o servo de todos (Lc 22.26,27). É o que serve aos
enfermos, aos necessitados e aos feridos sem esperar nada em troca (Tg
1.27). Nisto, Cristo Jesus é o nosso supremo exemplo. Sendo Ele o Deus
“bendito eternamente” (Rm 9.5), por amor de todos nós, humilhou-se e
entregou-se a si mesmo como sacrifício expiador dos pecados do mundo (Ef
5.2; Fp 2.5-11). Você já pensou o quanto poderíamos influenciar o mundo
se vivêssemos, de fato, como servos de todos, assim como nos reivindica
a Palavra de Deus?
CONCLUSÃO
A Igreja de Cristo tem a responsabilidade de
proclamar e demonstrar as virtudes do Reino de Deus a toda criatura (1
Pe 2.9). Neste mundo, nós os salvos, aqui estamos para servir ao Senhor e
ao próximo (Fp 2.3,4). Um dia, estaremos para todo o sempre com o
Senhor. Mas enquanto esse dia não chega, sigamos o exemplo de Cristo,
que sendo Deus, tomou a forma de servo (Fp 2.5-11). Que venhamos, como
Igreja do Senhor Jesus Cristo, evidenciar o Reino de Deus neste mundo
através de nossa vida, testemunho e proclamação do Evangelho.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Lição 4: A Comissão Cultural e a Grande Comissão
24 de Julho de 2011
TEXTO ÁUREO
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19).LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 1.26-30; Marcos 16.15-18,20.
Gênesis 1
26 - E disse Deus: Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os
peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a
terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
27 - E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
28 - E Deus os abençoou e Deus
lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e
sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e
sobre todo o animal que se move sobre a terra.
29 - E disse Deus: Eis que vos
tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a
terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão
para mantimento.
30 - E a todo animal da terra, e
a toda ave dos céus, e a todo réptil da terra, em que há alma vivente,
toda a erva verde lhes será para mantimento. E assim foi.
Façamos o homem. O momento supremo da criação chegou quando Deus criou o homem. A narrativa apresenta Deus convocando a corte celestial, ou dos outros dois membros da Trindade, a fim de que toda a atenção fosse dada a este acontecimento. Alguns comentadores, entretanto, interpretam o plural como um "plural de majestade", indicando dignidade e grandeza. A forma plural da palavra Deus, Elohim, pode ser explicada mais ou menos da mesma forma. O Senhor está representado concedendo atenção fora do comum a um assunto cheio de muito significado.
À nossa imagem (selem), conforme a nossa semelhança (demût). Embora estes dois sinônimos tenham significados separados, aqui não há necessidade nenhuma de se fazer algum esforço para apresentar os
diferentes aspectos do ser divino. Está claro que o homem, como Deus o criou, era distintamente diferente dos animais já criados. Ele estava em um platô muito mais alto, pois Deus o criou para ser imortal, e fez dele
uma imagem especial de Sua própria eternidade. O homem era uma criatura que o seu Criador podia visitar e ter amizade e comunhão com ele. De outro lado, o Senhor podia esperar que o homem Lhe correspondesse e fosse digno de Sua confiança. O homem foi constituído possuidor do privilégio da escolha, até o ponto de
desobedecer o Seu Criador, Ele tinha de ser o representante e mordomo responsável de Deus sobre a terra, fazendo a vontade do seu Criador e cumprindo o propósito divino. O domínio do mundo seria entregue a esta
nova criatura (cons. Sl. 8:5-7). Ele foi comissionado a subjugar (kábash, "pisar sobre") a terra, e a seguir o plano de Deus e enchê-la com sua gente. Esta sublime criatura, com seus incríveis privilégios e pesadas
responsabilidades, tinha de viver e movimentar-se regiamente. Gênesis (Comentário Bíblico Moody)
diferentes aspectos do ser divino. Está claro que o homem, como Deus o criou, era distintamente diferente dos animais já criados. Ele estava em um platô muito mais alto, pois Deus o criou para ser imortal, e fez dele
uma imagem especial de Sua própria eternidade. O homem era uma criatura que o seu Criador podia visitar e ter amizade e comunhão com ele. De outro lado, o Senhor podia esperar que o homem Lhe correspondesse e fosse digno de Sua confiança. O homem foi constituído possuidor do privilégio da escolha, até o ponto de
desobedecer o Seu Criador, Ele tinha de ser o representante e mordomo responsável de Deus sobre a terra, fazendo a vontade do seu Criador e cumprindo o propósito divino. O domínio do mundo seria entregue a esta
nova criatura (cons. Sl. 8:5-7). Ele foi comissionado a subjugar (kábash, "pisar sobre") a terra, e a seguir o plano de Deus e enchê-la com sua gente. Esta sublime criatura, com seus incríveis privilégios e pesadas
responsabilidades, tinha de viver e movimentar-se regiamente. Gênesis (Comentário Bíblico Moody)
Marcos 16
15 - E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 - Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17 - E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;
18 - pegarão nas serpentes; e,
se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão
as mãos sobre os enfermos e os curarão.
20 - E eles, tendo partido,
pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando
a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!
E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Jesus descreve nossa palavra “missões”, para a qual ainda falta ao NT o termo correspondente, com “ir e pregar”. Esta proclamação também poderia estar circulando incansável entre os crentes mais antigos. Mas este círculo foi rompido definitivamente pela Sexta-feira da Paixão e pela Páscoa. O crucificado estabeleceu uma relação de Deus com os “muitos”, e o ressuscitado com “todo o mundo”. Ele agora recebeu uma autoridade que excede à do
Jesus terreno (Mt 28.18; At 2.36; Fp 2.9ss). Ela faz os discípulos se mexer e falar diante de pessoas
estranhas.
Falta em tudo isto qualquer indício de vingança. “Evangelho” é boa notícia, não mensagem de
ameaça (cf. 1.1). O Jesus terreno já era a mão de paz de Deus estendida. Ela foi ferida e recusada.
Porém o ressuscitado agora é a mão de reconciliação, cheia de cicatrizes, que Deus novamente
estende para a sua criação desviada. Ele não a recolhe nunca e em nenhum lugar, “até à consumação
do século” (Mt 28.20). De acordo com Rm 10.21, ele a estende “todo o dia”, ou seja, durante todo o
tempo da salvação. O mundo cativado por Satanás ficará sabendo que recebeu um Senhor
incrivelmente bondoso, e é capacitado as submeter-se a ele, invocando o seu nome (At 2.21).
Jesus terreno (Mt 28.18; At 2.36; Fp 2.9ss). Ela faz os discípulos se mexer e falar diante de pessoas
estranhas.
Falta em tudo isto qualquer indício de vingança. “Evangelho” é boa notícia, não mensagem de
ameaça (cf. 1.1). O Jesus terreno já era a mão de paz de Deus estendida. Ela foi ferida e recusada.
Porém o ressuscitado agora é a mão de reconciliação, cheia de cicatrizes, que Deus novamente
estende para a sua criação desviada. Ele não a recolhe nunca e em nenhum lugar, “até à consumação
do século” (Mt 28.20). De acordo com Rm 10.21, ele a estende “todo o dia”, ou seja, durante todo o
tempo da salvação. O mundo cativado por Satanás ficará sabendo que recebeu um Senhor
incrivelmente bondoso, e é capacitado as submeter-se a ele, invocando o seu nome (At 2.21).
Diante da boa nova, a existência humana e as suas motivações se tornam assustadoramente importantes. O ouvinte está imediatamente entre morte e vida. Jesus não hesita encarar também decisões negativas. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.
O NT sabe aplicar a salvação ao presente (Lc 19.9; 2Co 6.2), mas em nossa passagem o tempo futuro
e a contraposição com a condenação sugere o pensamento na salvação “da ira vindoura” (1Ts 1.10).
Para quem ouve a boa nova, a entrada no reinado perfeito de Deus depende da fé.
O que é fé e incredulidade, o contexto explanou muito bem aqui. Incrédula é a pessoa que depois da Páscoa ainda se comporta como se fosse antes (v. 10); que se fecha ao testemunho vivo e se desvia para o campo O NT sabe aplicar a salvação ao presente (Lc 19.9; 2Co 6.2), mas em nossa passagem o tempo futuro
e a contraposição com a condenação sugere o pensamento na salvação “da ira vindoura” (1Ts 1.10).
Para quem ouve a boa nova, a entrada no reinado perfeito de Deus depende da fé.
das palavras (v. 11,13); que, enquanto a boa nova o cerca como o mar, conserva a sua dureza de
coração (v. 14). Crer, por sua vez, quer dizer dar ouvidos à boa nova e – como se pressupõe aqui com
freqüência – comprometer-se publicamente com esta mensagem e se deixar batizar. Todo aquele
que chega à fé também chega ao batismo, assim como aquele que se recusa a crer também não chega
a ser batizado. Por isso a menção ao batismo pode ser omitida na segunda parte do versículo. O vínculo direto entre os termos não é “batismo e salvação”, mas “fé e salvação”, ou “incredulidade e condenação”. O
batismo está vinculado à fé. Ele é, sem sombra de dúvida, um batismo de fé. A fé poderia continuar a
ser um segredo do coração, ou afundar na vida particular do cidadão. Contudo, em obediência a Deus
e com a ajuda do Espírito Santo, ela irrompe para fora no batismo, torna-se pública, comprometida e
social (Mt 28.19). Quem fala em batismo, pensa em comunidade.
Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem. Eles não estão vinculados a cargos, mas em primeiro lugar à fé que deixa Deus ser Deus (cf. 5.36; 9.23; 11.22s). Em segundo lugar eles fazem parte do contexto missionário, pois o fato de eles “acompanharem” pressupõe que os discípulos estão a caminho para difundir o evangelho. Conforme o v. 20 os sinais reforçam a palavra missionária, de modo que esta não chega às palavras como teoria desnuda, como afirmação rígida. Paulo não podia renunciar à confirmação das suas
palavras “por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo” (Rm 15.19). Aos coríntios,
que colocaram em dúvida sua condição de apóstolo, ele lembrou que seu ministério entre eles contara
com “as credenciais do apostolado” (2Co 12.12; cf. Hb 2.4). Não se pensa em provas convincentes;
sinais sempre podem ser mal-interpretados (3.22). Aquele que foi elevado, porém, legitima a entrada
em cena dos seus mensageiros com sinais de atenção.
Introdução:
Como Igreja do Senhor, fomos chamados para ser sal
da terra e luz do mundo (Mt 5.13). Por conseguinte, é urgente que
façamos a diferença neste presente século. Temos nós cumprido esta
missão como Jesus o requer? Ou já nos tornamos insípidos?
Temos uma missão a cumprir. Não podemos perder
tempo. Sirvamos fielmente ao Senhor e observemos a sua vontade, pois
somente assim haveremos de alcançar nações, povos e etnias com a
mensagem salvadora, libertadora e transformadora do Evangelho de Cristo
Jesus.
I. MISSÃO INTEGRAL — UMA ORDENANÇA DIVINA
1. Uma responsabilidade que vai além da evangelização.
Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26). Este, porém,
pecou e afastou-se de Deus. Por causa disto, recebeu a sentença sombria:
a morte física e espiritual (Rm 3.23). A solução divina para tal
castigo foi o sacrifício vicário de Cristo (Jo 3.16). Jesus tomou, pois,
a sentença que era nossa e levou-a sobre si (Is 53.4-6). Esta verdade,
narrada nos Evangelhos, deve ser proclamada pela Igreja a todo o mundo a
tempo e fora de tempo (2 Tm 4.2).
Uma vez que o ser humano não é composto apenas de
alma e espírito, mas também possui necessidades físicas e emocionais, a
evangelização deve contemplá-lo como um todo (Tg 2.14-17). Por
conseguinte, cuidemos do homem integralmente (1 Co 6.18-20; 1 Ts 5.23),
promovendo a sua reconciliação com o Criador e proporcionando-lhe as
condições necessárias para que ele sinta a plena comunhão da família de
Deus.
2. A Missão Integral da Igreja. Proclamar a
mensagem da salvação mediante a pregação e as ações que a esta se
seguem, tendo sempre a visão total do homem, equivale ao que se conhece
como “Missão Integral”. No primeiro século da era cristã, a proclamação
do Evangelho e a diaconia (serviço) da igreja eram inseparáveis (At
4.34,35; 6.1-7). Isto fez com que a igreja em Jerusalém caísse na graça
do povo (At 2.46,47). A Missão Integral é apenas uma nova expressão que
abrange tudo o que a Igreja pode e deve fazer para expandir o Reino de
Deus no mundo atual.
3. O marco histórico da Missão Integral. No
período de 16 a 25 de julho de 1974, foi realizado na cidade de
Lausanne, Suíça, o Congresso Internacional para a Evangelização Mundial
sob o tema: “Que a Terra ouça a voz de Deus”. O objetivo do Congresso
era discutir os rumos das missões cristãs mundiais. No final dos
trabalhos, foi divulgado um documento denominado O Pacto de Lausanne.
Composta de 15 artigos, a declaração resgata a noção de que a Igreja de
Cristo tem uma responsabilidade terrena e celestial a cumprir:
contemplar e atender a todas as necessidades do ser humano conforme o
Evangelho de Cristo.
II. COMISSÃO CULTURAL — UMA CONVOCAÇÃO À IGREJA
1. Um chamado à responsabilidade. Deus
ordenou a Adão e Eva que administrassem a terra, tornando-a produtiva e
habitável (Gn 1.26). Desde então, cada homem faz-se responsável pela
criação diante do Criador. Por isto, convida-nos Ele a refletir a
respeito dos princípios e valores, que se encontram em sua Palavra, em
todos os níveis de nossas relações: na família, na igreja, na escola, na
empresa e nas amizades.
Isto equivale dizer que o Evangelho de Cristo não
visa apenas salvar o homem do pecado e do inferno, mas também levá-lo a
agir como instrumento transformador da sociedade na qual acha-se
inserido. Pois, Deus nos criou como seres sociais para que cuidemos de
nós e da terra que Ele nos entregou (Gn 1.28-30 cf. Ef 6.1-9). Esta é a
ordenança cultural que nos confiou o Senhor.
2. Restaurando a dignidade humana. Embora a
Queda tenha introduzido o pecado na história humana, a Comissão Cultural
não foi anulada. Continuamos responsáveis pela administração da terra
que nos destinou o Senhor (Gn 3.23). Conforme afirma Nancy Pearcey,
Jesus veio restaurar no homem, sem Deus, “a dignidade originalmente
concedida na criação, recuperando nossa verdadeira identidade e
renovando a Sua imagem em nós”.
III. GRANDE COMISSÃO — A IGREJA PROCLAMA O EVANGELHO NO MUNDO
1. A Grande Comissão. O Senhor Jesus
comissionou-nos a pregar, a batizar e a fazer discípulos em todo mundo
(Mc 16.15; Mt 28.19). Esta ordenança é conhecida como a Grande Comissão.
E tem como objetivos:
a) proclamar o Evangelho em palavras e ações a toda
criatura; b) discipular os novos conversos, tornando-os fiéis seguidores
de Cristo; c) integrá-los espiritual e socialmente na igreja local, a
fim de que cresçam na graça e no conhecimento por intermédio da ação do
Espírito Santo em sua vida, desfrutando sempre da comunhão dos santos.
2. O “ide”. O “ide” de Jesus significa também
atravessar fronteiras. Anunciar o Evangelho em uma cultura diferente é o
grande desafio da obra missionária. Não podemos desprezar a cultura de
um povo a quem pretendemos evangelizar, nem impingir-lhe a nossa (1 Co
1.1,2).
A cultura de um povo deve ser avaliada e provada
pelas Escrituras. Se por um lado toda cultura tem a sua beleza e
bondade, pois o homem foi Criado por um Deus bom e amoroso, por outro,
em consequência da Queda, as culturas foram manchadas pelo pecado e
dominadas, em parte, por ações demoníacas. Você está pronto a pregar o
Evangelho além de suas fronteiras? Prepare-se para este desafio.
3. A ordem é fazer discípulos em todas as nações. A palavra “nação” é a tradução do termo ethnos
que se refere a grupos étnicos e não primariamente a países. Um país é
uma nação politicamente definida. A etnia é um povo culturalmente
definido com uma língua e cultura próprias. De acordo com alguns
missiólogos, há no mundo 24.000 etnias. Quase a metade desse total ainda
não foi evangelizada. Será que isto não o comove? Há milhões de pessoas
que ainda não ouviram o Evangelho de Cristo. É urgente e imperioso o
lema do apóstolo Paulo: “Esforçando-me deste modo por pregar o
evangelho, não onde Cristo já fora anunciado” (Rm 15.20 — ARA).
CONCLUSÃO
A Missão Integral da Igreja realça a dupla vocação
dos seguidores de Cristo revelada nos Evangelhos: sal da terra e luz do
mundo (Mt 5.13-16). A pregação da igreja local deve refletir o que ela
é, faz e diz. O Senhor busca pessoas que não apenas ouçam o Evangelho,
mas que o obedeçam prontamente (Lc 6.47,48). Obedeçamos, pois, as
comissões que nos entregou o Senhor, mas principalmente a Grande
Comissão ordenada por Jesus (Mc 16.15) consoante o lema da Missão
Integral da Igreja: O Evangelho todo para o homem todo.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“Evangelização e Cultura
O desenvolvimento de estratégias para a
evangelização mundial requer metodologia nova e criativa. Com a bênção
de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas profundamente
enraizadas em Cristo e estreitamente relacionadas com a cultura local. A
cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o
homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em
bondade; porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está
manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca. O evangelho não
pressupõe a superioridade de uma cultura sobre a outra, mas avalia todas
elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na
aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas. As missões
muitas vezes têm exportado, juntamente com o evangelho, uma cultura
estranha, e as igrejas, por vezes, têm ficado submissas aos ditames de
uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de
Cristo têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua
autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as
igrejas têm de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a
glória de Deus” (Pacto de Lausanne, Suíça, 1974).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO III
Subsidio Teológico
“Comissão Cultural
Entender o Cristianismo como uma cosmovisão de mundo
é importante não somente para o cumprimento da comissão cultural — a
chamada para criar uma cultura debaixo do senhorio de Cristo. Deus se
importa não só com a redenção das almas, mas também com a restauração de
sua criação. Ele nos chama para sermos agentes não apenas de sua graça
salvadora, mas também de sua graça comum. Nosso trabalho não é somente
construir a Igreja mas também construir uma sociedade para a glória de
Deus” (COLSON, C.; PEARCEY. E Agora, Como Viveremos? 2.ed., RJ: CPAD, 2000, pp.53,54).
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